Confira a tradução da entrevista em Los Angeles pelo JaME Brasil.
O JaME teve a oportunidade de entrevistar MIYAVI entre sua passagem por San Diego e Los Angeles. Ele passou algum tempo refletindo sobre o ano passado, falando animadamente sobre sua nova música e explicando seus shows e turnês.
Você passou algum tempo em Los Angeles antes, e agora está de volta. Do que você sentiu falta?
MIYAVI: Hambúrgueres! Quando foi a última vez? Eu acho que foi no ano retrasado. Por eu não ter podido voltar no ano passado, tentei ver as pessoas que estavam esperando por mim.
Então é algo pelo que você espera ansiosamente nesta turnê?
MIYAVI: Sim, definitivamente. Devido ao cancelamento, eu pensei que deveria mostrar a eles um eu melhor para compensar. Assim, dessa vez eles poderiam ver isso – o MIYAVI melhorado. O samurai, o novo estilo.
Este é o novo conceito da turnê?
MIYAVI: Sim! Mesmo que o nome da turnê não tenha mudado, Neo Tokyo Samurai Black World Tour. Esta é a segunda metade da turnê, mas agora só estou levando comigo o baterista e o tecladista. É isso. Sem baixista. Só a batida da guitarra e eu gritando no palco. É bem simplificado e totalmente novo.
Em nossa enquête anual de fim de ano, você venceu em categorias como “Melhor Artista” e “Melhor Surpresa de 2009”. Você pensa sobre esses resultados?
MIYAVi: A “melhor surpresa” inclui meu casamento? (risos)
Sim, isso também fez parte.
MIYAVI: Na verdade, eu estava passando por um período difícil para começar a gravadora, organizando tudo como presidente. E ter um bebê mudou minha vida completamente. Eu aprendi muito com a experiência.
Como é ser pai?
MIYAVi: Está sendo bom. Eu espero. (risos) Mas é difícil. É difícil me concentrar em minha música. Mas ter um bebê também me deu a oportunidade de pensar sobre a vida e a morte. Alguém nasce, e ao mesmo tempo alguém morre.
Como você concilia família, negócios e música?
MIYAVI: Foi difícil no começo. Mas agora tudo está indo bem. Eu não consigo parar de pensar em música e negócios, mesmo quando estou brincando com minha filha. (risos) Mas não é uma coisa negativa. Eu sempre estou pensando em alguma coisa. Não importa quando, sempre há algo em minha cabeça.
A J-GLAM já existe há um ano. Você tem novas ideias e planos para a companhia?
MIYAVI: Sim, eu tenho várias ideias! Mas elas são para o futuro. Somente no futuro em que eu tiver alcançado alguma coisa como MIYAVI. Eu posso estar produzindo algo para o mundo. É por isso que eu a batizei de “J-GLAM”, de Japanese Glamorous.
Recentemente, várias bandas abriram suas próprias gravadoras, como o T.M. Revolution e o GLAY. Essa é uma nova tendência? Você acha que, se um músico abrir sua própria gravadora, haverá mais bandas criativas?
MIYAVI: Eu não acho que seja uma nova tendência. Mas, de qualquer forma, nós, artistas, deveríamos ser mais responsáveis. Muitos artistas japoneses simplesmente são contratados, então é mais fácil eles serem controlados. Como artista, eu percebi que nós devemos ser fortes. Aprender e estudar mais. Não ficar nas mãos de outras pessoas. Então eu só quero fazer o que quero fazer. É isso. Eu não quero fazer algo que já tenha sido feito, só quero continuar sendo original.
Como presidente de sua própria gravadora, você tem diferentes expectativas para si mesmo como músico?
MIYAVI Eu tenho muito mais expectativas. Mais que qualquer coisa, eu sou mais responsável pelo que faço comparado a antes. Eu só queria me liberar dessa forma também.
Em breve você lançará um novo single e um álbum, após um longo período sem lançamentos. Você acha que seus lançamentos serão tão surpreendentes e diferentes quanto seus álbuns anteriores?
MIYAVI: Eles são completamente diferentes, mas são uma extensão dos álbuns que eu já lancei. Será mais simples, mais selvagem, mais como é o MIYAVI. Eu sou um guitarrista de Tóquio, é isso que é oMIYAVI. Eu queria me concentrar em minha guitarra, esse é o conceito de meu novo método.
Algumas de suas músicas se chamam SURVIVE, REVENGE e UNBREAKABLE, que indicam temas fortes. Quais mensagens se escondem nessas músicas?
MIYAVI: Não há mensagens escondidas. Eu escrevi essas músicas enquanto estava em turnê no ano passado. Eu me sentia muito doente e morto. Percebi que tinha que ser muito mais forte. Então, eu queria ser inquebrável. Eu escrevi a música REVENGE logo depois de adiarmos a perna americana da turnê no ano passado. Vingança soa meio negativo, certo? Mas no Japão nós usamos isso de forma boa. Soa como tentar de novo.
Tipo tornar-se melhor?
MIYAVI: Sim! Tipo de novo, de novo e de novo! Nunca desistir!
Que tipo de sentimentos e emoções você quer que o ouvinte tenha enquanto escuta suas novas músicas?
MIYAVI: Eu quero que todos os meus fãs tenham uma sensação positiva com a minha música, seja ela pesada, elétrica ou acústica. Apenas sermos positivos porque estamos vivendo. Nós não vamos morrer sozinhos, certo? A música deveria ser positiva por isso, porque de outra forma, acho que não haveria significado em continuarmos existindo. Nós não precisamos de música para viver. Nós só precisamos comer, dormir e ter relações sexuais para termos herdeiros do nosso DNA para o futuro, certo? É isso. Nós podemos viver sem música. Mas nós precisamos da música para viver melhor.
Como foi o processo de gravação dessas novas músicas?
MIYAVI: Muito simples! Nós só tocamos sem metrônomos e coisas do tipo. É isso. Tudo depende da vibração.
Foi difícil tocar suas novas músicas?
MIYAVI: É bem difícil. Mas também é divertido, porque eu faço tudo. Se eu errar, significa que preciso melhorar. Eu aprendi que não preciso ser perfeito. Eu tenho várias imperfeições. Mas isso sou eu.
O processo de gravação foi parecido com o que você vai fazer no palco?
MIYAVI: Sim, exatamente. É isso que você pode esperar do show. Nós também vamos apresentar as novas músicas no palco.
No outono você fará uma turnê por pequenas casas de show na área de Tóquio. O palco menor e a atmosfera íntima são mais apropriados para as músicas que você está lançando?
MIYAVI: Sim, e eu vou tocar mais músicas novas nessas casas. O nome da turnê é Screaming out from Tokyo. Eu nunca fiz uma turnê em Tóquio. Normalmente se faz turnês nacionais, asiáticas, mundiais, mas não na cidade onde você mora. (risos) Eu estou morando em Tóquio, então posso voltar para casa todas as noites. É incrível.
Você fez um show transmitido via ustream, dando aos fãs de todo o mundo a oportunidade de vê-lo ao vivo e trocar mensagens com você em tempo real durante o show. O que você acha dessa nova forma de se apresentar ao vivo? É uma oportunidade para os músicos se mostrarem ao mundo?
MIYAVI: De fato é uma boa oportunidade. As pessoas podem ter uma prévia do show de verdade assim. Mas não é um show real, é totalmente diferente. É apenas uma pequena parte. Mas é uma boa ideia. Com essa nova tecnologia, eu posso divulgar minha música para o mundo todo, mas acho que nunca conseguiremos substituir os shows de verdade.
Você tem a intenção de fazer isso novamente?
MIYAVI: Sim! Eu acho que vou.
Você já fez vários tipos de shows, como os online e em casas pequenas. Qual foi seu ambiente favorito até agora?
MIYAVI: Casas pequenas. É tão próximo, eu posso sentir o que eles sentem diretamente. Parece uma conversa. Em uma casa grande, é difícil até de ver cada rosto.
Como artista, você usa a internet para se comunicar diretamente com os fãs, enquanto alguns artistas são inalcançáveis. Você acha que a comunicação com os fãs tem algum efeito sobre sua música?
MIYAVI: Sim, eu acho que sim. Nós podemos nos conectar a qualquer hora, em qualquer lugar. Pode acabar sendo uma boa motivação.
A que gêneros musicais você tem escutado ultimamente?
MIYAVI: Na verdade, eu não tenho tido tempo para escutar músicas novas. Eu sempre coloco meu iPod no modo shuffle para escutar minhas músicas favoritas. Eu gosto de música dance, como Basement Jaxx, e alguns artistas rock, como Robert Randolph, Teddy bears etc.
Sua imagem atual é bem diferente de quando você começou sua carreira solo. Quais foram os principais eventos que o amadureceram como músico?
MIYAVI: Conversando com músicos fora do meu gênero musical. No futuro isso pode acontecer de novo. Há algumas dicas no que eles fazem para aumentar sua capacidade. Não é mudar – é se desenvolver.
Você nota essas mudanças imediatamente ou tem que olhar para trás para notar que aconteceram?
MIYAVI: Ambos. Às vezes elas me afetam imediatamente, me inspiram. Outras vezes elas me tomam, e quando amadureço percebo quão importante elas foram.
Se você pudesse dizer algo a si mesmo dez anos atrás, o que seria?
MIYAVI: Só siga em frente. Acredite em si mesmo. Faça o que você quer fazer.
Por fim, por favor, dê a si mesmo uma mensagem para daqui a dez anos.
MIYAVI: Eu estou fazendo meu melhor agora, então espero que você tenha alcançado algo. Continue em frente.
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